terça-feira, 6 de abril de 2010

No cabo do mundo, sem tormentas

Pois, já que ando em uma onda de retrato do real com todas as cores, resolvi postar o mail tal como saiu para os amigos. E houve até quem ligasse para dizer que... bem... não vou entrar numa de fishing for compliments... e podem me malahr se quiserem, que este tempo chocho de primavera enevoada já está me dando nos nervos... Ainda que eu não quisesse a lama toda que anda lá por onde não há choque cultural, só social, econômico, profissional.... and so on..



Estou no cabo do mundo dos navegadores do seculo 15, sem computador, escrevendo no telefone que, para o bem e para o mal, ainda m serve de ligacao com o resto da humanidade.
No domingo, visitamos mesmo os dois pontos descobertos pelos portugueses, onde
Bartolomeu Dias deixou um padrao, hj se chama Cape Point; e onde o Vasco da Gama deixou outro padrao, Cape of Good Hope.
Tudo faz parte de um enorme parque à beira mar, com vegetação peculiar e baboons. Estes ultimos sao uns macacos peludos, com enormes caninos, como tigres e q podem ser muito agressivos s alguém se mete no caminho deles.





Também da para entender pq isto foi chamado Cabo das Tormentas, tem um vento constante q pode ficar muito forte mesmo e entorta li-te-ral-men-te as arvores no porto da cidade. O mar tem um azul deslumbrante, como eu só vi no Caribe e se eu fosse rica, era para cá que eu vinha quando me aposentasse. :)


As pessoas sao super simpaticas e acolhedoras, sorriem na rua e cumprimentam todo mundo.
Ha uma mistura curiosa de simpatia e descontração carioca com um certo requinte britanico temperado com uma razoavel flexibilidade holandesa. Tudo junto dá um ambiente divertido, onde as criancas andam descalcas na rua - não, não sao pivetes pedindo uma coisinha "tia" -, as pessoas se vestem do mais casual ao razoavelmente chique (sem ser over) para ir ao teatro - eu fui de calça de crepe preta e havaianas douradas e me senti muito bem -, o sol brilha mas o vento te faz por casaquinho e echarpe no pescoco, mas com os dedos de fora e a passos lentos que aqui ninguem anda correndo com copo de isopor na mao, Nova Iorque está bem longe, graças a Deus.

Estou hospedada em uma Guest House que descobri na internet e que eh ainda mais linda e agradavel pessoalmente. Para os inocentes, GH eh o que os ingleses chamam d B&B (Bed and Breakfast), so que muito mais simpatico.

Maria e Johanes sao os donos da casa que reformaram e transformaram em negocio, mas não perderam a noção dos seus objetivos iniciais. Entao, a gente tem um quarto, lindo, todo creme e branco, c tv, secador, frigobar, ventilador e aquecimento, lençois de algodao, varias almofadas, cadeira de vime, varanda c mesinha de ferro e vista para uma nesga d mar, tapetes, muitos espelhos; no banheiro, pote de vidro com algodao e lixa de unhas, enormes frascos de champu e gel de banho, toalhas brancas e fofas trocadas diariamente por duas funcionarias mulatas com uma cor muito tipica e um sotaque idem. Alem disso, na mesa da tv, uma bandejinha com chaleira eletrica, cha, cafe soluvel, açucar, adocante e leite em po, e um pratinho em forma de bule para por o saquinho usado do cha.

Ao chegar, a Maria me perguntou o que eu queria cooked p o cafe da manha, alem do bufe de frutas, cereais, paes, queijos, geleias e iogurtes. A sala eh uma delicia, da para uma piscininha-tanque cheia de charme e de flores em volta, tudo parece a casa daquela amiga mais velha que tem muito jeito para decoração e usa o dinheiro da aposentadoria para ter uma casa deliciosa que todos querem copiar.

Nada cheira a hotel, tem boa energia e vasos coloridos de ceramica, alem de protetor solar, bonés e toalhas a disposição para os hospedes. E o preço eh de pensaozinha comparado c os hoteis da mesma regiao da cidade. So mesmo na Africa do Sul.
As gaivotas fazem uma sinfonia constante e o por de sol eh cheio de rosa e vermelho.



Ainda ha mt mais q contar, do restaurante etiope onde não ha talheres à desconhecida que me convidou para tomar café no shopping, sem falar no restaurante que é quase um parque, como uma aldeia africana, se chama Moyos e tem carne de veado, antilope e rabada, mas fica para a proxima, eu prometo que conto.


Fafa, por favor, reenvia para Raquel e tia Alba q eu não tenho aqui o email delas, mostra p seus pais e avos. Kerol, mostra p Solange e cia e da beijo neles, e reenvia p Carla e Linda e diz a Carla q nosso dia ta chegando. Marilinha, da beijo enorme nas outras duas pessoas queridas dessa casa. Lucia, s puder reenvia p Leila que eu não tenho email dela aqui.


A todos que puderem ler, meu carinho redobrado na distancia e a certeza de que a vida pode ser muito interessante quase sempre, ha que ter olhos e ouvidos disponiveis.

Beijos sulafricanos, com muito chili e açucar,
L
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