terça-feira, 18 de maio de 2010

Todas as bolsinhas de crochet levam a outra

Estou em Sevilla, bar do hotel. A mesa + prox abriga um casal (?) Ingles. Mas o q m chama atencao, alem da brancura reluzente das pernas da moca e do rosado das bochechas do rapaz, eh uma bolsinha de crochet. Ela traz uma bolsinha de crichet purpura a tiracolo. E num passe de magica, não sei s ajudada pela musica do Dirty Dance tocando na radio, sou transportada para a minha pos-adolescencia, qdo se usava crochet em bolsinhas, gorrinhos redondo que não eram p tapar o frio, mas pra fazer charme, linha metalica, e em blusas de festa que a D amelia tecia amorosamente p as netas que ela não tinha oficialmente e que eramos nos.

Ao ver a bolsinha purpura, de crochet em linha metalica, meu primeiro pensamento foi, nossa, cabe tudo ali dentro, onde ela rapidamente enfiou um dos dois casacos q trazia, excesso incompreensivel p uma inglesa em Sevilla, onde ate mesmo eu, uma baleia dos mares do sul, uso Havaianas e vestido de malha. Mas aquele rapido gesto de precaucao dispensavel, desencadeou uma volta a minha tenra juventude, como se fosse a madeleine do Proust, com uma dose inexistente, eh verdade, da angustia francesa.

Na verdade, há algo a respeito do choque cultura que não está dito em lado nenhum. O choque, às vezes, é uma esbarradinha em nós mesmos. É o avesso da propaganda do choque. O choque, às vezes, somos nós.
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