quinta-feira, 26 de maio de 2011

Um presente, às vezes



É, nem sempre tudo é comprado ou vendido nesta vida. Meu africano favorito foi sem mim ao Porto, a trabalho e lá, no almoço da empresa, parece que havia umas pataniscas de matar. De matar a saborear, claro. Cheias, consistentes, com muito bacalhau e macias. Fim do acto.

De noite, no aeroporto, começa ele a fazer a descrição das ditas e que não comeu mais porque não podia, etc. E sai-me com esta: aí quando a A. veio me dizer que comesse mais, se estavam tão boas, eu disse que não podia, mas que tu ias adorar prová-las ao que ela respondeu que era pra já. A seguir, veio ela com uma caixinha, já em uma bolsinha, muito discreta.

Eu, incrédula, perguntei: Não me digas que tu trouxeste na mala de trabalho umas pataniscas. Aliás, não me digas que tu pediste, à directora de Recursos Humanos, uma "quentinha" do almoço do trabalho pra me trazer. E ele, com a maior naturalidade, pedi sim e a A. o fez toda contente.

Isso me lembra a propaganda já de anos do Mastercard: Bilhete Iberia Madrid-Porto-Madrid, 200€; estacionamento no aeroporto, 8€; manicure, 12€; marido que traz pataniscas dentro da mala de trabalho, NÃO TEM PREÇO!

Já agora, vai a foto, que não é das ditas, mas é parecidíssima e foi retirada daqui. Aliás, esse "aqui" é um blog que se chama, sugestivamente, Cozinhando com os anjos e que me pareceu encantandor.


PS: As pataniscas eram acompanhadas com aquele arroz de feijão molhadíssimo e quente, mas era complicado por na mala...

PS2: Em Madrid, o bacalhau seco e salgado é uma raridade, todo mundo já ouviu falar, mas poucos tiveram a experiência pessoal, ao vivo e a cores. Há uma semanas, em Tordesillas, pincei em uma ementa umas croquetas de bacalhau, certifiquei-me junto ao garçon de que se tratava de bacalhau seco e salgado, mas do dito, nem o sal!